quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Silêncio...

Tenho dormido pouco esses dias, venho falando pouco também...
Mas para que tanto tempo acordado sem ter nada pra dizer?
Isso me irrita!...
A minha vida pulsa, e quero falar tanta coisa nessas horas em que a solidão me é tão ouvinte...
É quando ela me acolhe com seus braços largos e escuros, me envolve com suas indagações que se contrapõem ao meu silêncio...
E nesse jogo de perguntas sem respostas, me vejo a questionar o silencio da minha própria solidão...

Venderei minha alma...

Venderei minha alma...

Não haverei de ser fiel a mulher alguma, não mais me prenderei a um amor somente... Me deitarei com todas elas promovendo não a promiscuidade da carne, mas a poligamia dos sentimentos, o exaltar da esbórnia das incertezas, a luxuria dos desejos mortos e impedidos antes mesmo de nascerem... Vou celebrar a morte do amor puro... Serei como o vento que sopra em redemoinhos sem direção, trazendo em vórtices um turbilhão de sensações perdidas e a devastação das emoções sentidas...

Eu me amarei ao mesmo tanto e troco ao qual fui amado, e te amar hei porque para isso fui destinado!... Sofrerei, sentirei a doce maldição eterna de amar o que não se tem, sem amar o que me é dado... Venderei a minha alma a preço de libré, com a aparência rota e maltrapilha, tão desgrenhada como o pedinte em seu traje de linho rasgado, que outrora novo um dia, foi surrado pelo tempo e a espera daquilo que nunca teve...

Vou trilhar meu caminho como o andarilho sem rumo que procura o horizonte perdido na vastidão dos seus olhos, em um olhar que de tanto procurar, se perdeu permanente do destino querido, e hoje enxerga esquecido do brilho que acendia a cada palavra sua... Nessa minha busca para te encontrar, perderei noites de sono a esperar que a aurora te traga da mesma forma que fora embora, repentinamente!... Por caminhos tortuosos eu seguirei a direção dos passos que me mostrou, encontrarei razão na loucura perene, e acreditarei nas esperanças inesperadas de uma volta ao viver... Talvez vague pelos pântanos da solidão em busca da minha consciência, escalando os picos de nostalgia e saudade, que surgem nessa minha caminhada sem a sua companhia...

Venderei minha alma, darei em troca de compreensões baratas, colos inoportunos, prazeres lúdicos... Por dinheiro de mentira, trocados humildes e passagens de segunda classe para lugares que não vou querer estar... Entregarei minha essência a sortilégios obscuros e sem valores pudicos...

Eu perdi minha alma!
Eu a perdi, vendi, doei, entreguei, me desfiz!...
Eu vendi minha alma, ela agora não me pertence mais!...

Preciso buscar minha redenção...

Celso Leal.
24/11/2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Dia do Filho... Gabriel Dias Leal

terça-feira, 26 de janeiro de 2010
O Dia do Filho... Gabriel Dias Leal

Oi filhão.

Hoje eu estava pensando em você, e me pequei matutando, queimando a cachola, sem saber exatamente o que queria fazer. De repente pensei: Poxa vida, nesse mundo tem dia pra tudo. Tem dia das mães, dos pais, tem dia da avó, tem o da sogra( O que em algum casos vira dia da avó duas vezes ) Tem o dia dos namorados, das crianças. Vixi! Tem dia pra todo tipo de gosto. Mais ai eu percebi que não tem o seu dia, não que esse dia fosse chamado de: O dia do Gabriel. Existem muitos garotos chamados Gabriel pelo mundo afora, e cada um com sua maneira de ser.

Mais você filhão, Ah você é diferente!! Você é o meu Gabriel, minha melhor parte, minha obra perfeita! Não que você seja exatamente igual a mim, tendo em vista todas as nossas diferenças.

As vezes percebo que o meu tempo tem passado, e ele passa a passos largos, olho para trás pensando no passado, e vejo que passou o tempo. O tempo passou alado.

Já não tenho mais os medos de antes, aliás: Nem medos mais eles são! Aprendi que quando a gente cresce, eles viram preocupação. Como eu era bobo, moleque, se arrumava alguma encrenca, queria fazer igual a ema e enfiar a minha cabeça no chão.

Hoje já homem crescido, tenho que encarar as coisas de frente, não tenho mais a visão do menino, que antes via graça em tudo. Mesmo não sendo prudente. Mais um dia tudo mudou, tive que crescer usar sapato de couro nos pés que chutavam a bola, me preocupar em cumprir horários, e não mais matar as aulas da escola. Quer saber o que aconteceu nesse dia? Você nasceu cara! E sabe como vejo isso?

Olho meu filho agora, sorriso aberto, rosto maroto, moleque esperto. Um belo garoto! Esse não tem medo de nada. Geração diferente, mais madura, inteligente, um pouco alienada e as vezes indiferente. E ao olhar o meu passado, te enxergo no presente, e enxergo agora em que somos diferentes.

Eu tinha um conga... Você tem um nike...
A minha bicicleta era uma magrela... A sua é uma bike...
Eu mandava correio elegante... O seu é eletrônico...
Adorava tubaína... Você ama gatorade...
Minha TV era preto e branco... A sua é a cabo...
É! O mundo mudou, e quanta diferença. Eu tinha medo do futuro, hoje o meu futuro é você!...

Por tudo isso meu gigante, decreto que hoje será o dia do filho. Do meu filho!! Acabo de criar o seu dia. só que com uma mudança, os outros são um dia por ano. Enquanto o seu serão todos os dias do ano!

Ah! Ia me esquecendo, muito obrigado por me fazer crescer!!

Sua inteligência me guia, sua calma me traz tranqüilidade...
Sua sabedoria me ensina e sua voz me acalma...
Tua fé me faz crer, teu sorriso ilumina o meu caminho...
Sua amizade me alegra e sua alegria me renova...
Tua sinceridade é gentil e tua gentileza generosa...
Sua bondade é pura, sua pureza é rara...
A tua nobreza é grande e a tua beleza angelical...
Seu espírito é divino e seu coração é infinito...
E por tudo isso meu filho. O meu amor te será eterno!

Te amo garoto.

Sinto tua falta todos os dias.

Celso Leal

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Capitulo I - O relato de uma visão.

Capitulo I - O relato de uma visão.

Ela estava feliz naquela bela tarde de verão.

Pensava com a atenção dividida entre suas pesquisas da faculdade e a surpresa que a havia invadido ao falar com um estranho que aparecera sem querer na sua vida. E pensando em tudo aquilo que havia acontecido, ela tenta viajar em uma história pouco comum. Tendo ao seu lado sua bela gata Julieta, se vira de lado e se deixa levar pela sensação agradável de liberdade que a invade. Sentada em sua cama fixa os olhos no horizonte e se deixa levar pela imaginação.

O vestido de um azul que lembrava o céu da primavera, os pés descalços, seus cabelos displicentemente presos por uma caneta esferográfica, deixava algumas mechas cair sobre seus ombros, e seus lindos olhos castanhos esverdeados estavam ávidos olhando ao redor procurando algo no ar que a fizesse sorrir. Com a face voltada para o lado, lembra-se de algo engraçado que ele havia comentado poucos instantes atrás. (Era sobre um acidente com uma luminária) Então de seus lábios brotam o mais belo e encantador sorriso. Algo devastador que fez o tempo parar ao seu redor. E aquela visão divina, repleta de beleza e suavidade perde-se sozinha na dimensão do seu quarto.

Bem longe dali, em um continente distante, um homem com a expressão enigmática, tenta pintar essa cena em sua mente, e também sorri ao conseguir chegar próximo daquilo que julgava ser uma das visões mais bela e real que já tivera em sua vida. Até então jamais havia imaginado que seria capaz de criar um holograma tão fiel a imagem verdadeira.

Ainda embriagado com a fragrância que lhe cercava, era como se a imagem que viu tivesse criado forma e vida e deixado um rastro de luz. Tentou eternizar aquele momento de puro êxtase. Ele vira-se de lado e encara o horizonte tentando imaginar qual a distância que os separava. O céu escondido pelas nuvens cinza do inverno paulistano,trazia ao longe a chuva que batia insistentemente no pára-brisa do carro, mesmo diante do cenário frio da cidade ele sente o calor das palavras trocadas naquela tarde especial.

Eis que os acordes de uma música começam a tocar e o remete novamente a visão maravilhosa da mulher que estava povoando seus pensamentos, com os olhos brilhando de alegria e satisfação, percebe que todos os faróis que vinham em sentido contrário ao seu o lembravam do brilho fascinante do seu olhar. E ainda cantarolando a música percebe que entre uma frase ou outra murmura seu nome num sorriso.

Boa Noite Nina.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mudanças...

" A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: É preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau..." Mark Twain

Uma das coisas mais difíceis da vida é livrar-se de hábitos adquiridos no passado e que já não nos servem mais. Todos temos a tendência a repetir histórias já vividas, a manter comportamentos antigos, a cantarolar músicas que não sabemos mais de onde vem. Mudar um hábito implica em olhar para si e para o mundo, a cada minuto, de forma diferente. Exige um questionamento diário sobre aquilo que fazemos simplesmente por fazer. Mas acima de tudo, exige-nos uma imensa persistência para transformar o que nos parece imutável e eterno...

Será?

Desconhecido... 04/11/2010